quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Resenha: A Volta do Parafuso

A volta do Parafuso








Título: A Volta do Parauso seguido de Daisy Miller
Autor: Herry James
Ano: (1898 - 1879)
Título original: The Turn of the Screw / Daisy Miller
Editora: L&PM POCKET
Ano da edição: 2008
páginas: 218
Estilo: Terror psicológico/Suspense





Obs.: Se já conhece a história do livro, ou seja, já conhece a resenha, sugiro que pule para o tópico: Resenha Crítica.

Resenha

O livro “A volta do parafuso” é um livro de terror psicológico o terror sobrenatural. Começa com um grupo de amigos sentados em volta de uma lareira, contando histórias aterrorizantes, em uma véspera de Natal. Até que um deles, Douglas, fala que tem uma história, mais aterrorizante do que todas as ditas, que só ele conhece e que são fatos verídicos. A partir de então os personagens da novela, inclusive nosso primeiro narrador, do qual não sabemos o nome, ficam curiosos para ouvir a história. O Douglas revela que a tal história está em um manuscrito, que não está li com ele, mas que no outro dia o ele mandará buscar. No outro dia, quando o manuscrito chega, a noite, somos levados, assim como quem ouve a história de alguém, a parar na narrativa em primeira pessoa do personagem desconhecido e passamos a “ouvir” um acontecimento narrado agora pela governanta e personagem principal da trama.
Ela é uma jovem, do interior da Inglaterra, filha de um pároco vê um anúncio no jornal de um emprego de governanta e então vai a Londres para a “entrevista de emprego”. Ela fica tentada a aceitar o emprego, porém fica na dúvida, o que realmente a leva a aceitar foi um o seu encanamento pelo empregador, um verdadeiro gentleman.
O homem era tio de duas crianças, Flora de 7 anos e Miles de 10 anos, as quais a nova governanta ficaria responsável, totalmente responsável, e essa era a principal exigência feita para o emprego, a jovem não poderia incomodar o tio com nada, sem notícia, sem cartas, sem problemas, ela deveria resolver completamente tudo, o que assustou um pouco a moça, mas ela acabou aceitando o trabalho, encantada pelo gentleman.
Ao chegar na casa onde ela deveria ir em Bly, que seria o interior ou vilarejo do Reino Unido,
ela se surpreendeu por não ser um lugar nada assustador ou melancólico. Ao conhecer a pequena Flora e, posteriormente, o Miles ela se surpreende também por quão encantadoras, talentosas, doces e especiais aquelas crianças são.
Porém ela começa a notar coisas estranhas na casa. E então o que acontece? Quais são esses grandes segredos que essa casa parece esconder?

Resenha crítica


“– Quanto a Griffin e seu fantasma, ou o que quer que fosse até concordo que aparecer primeiro para um garotinho tão novo dá um certo toque especial. Mas não é a primeira vez que ouço uma dessas ocorrências encantadoras envolvendo uma criança. E se uma criança já dá mais uma volta no parafuso, que tal duas crianças...?
– Ora, é claro que elas dão duas voltas! E agora ficamos curiosos a respeito delas! – alguém exclamou.” (p. 11-12)


Esse trecho explica a utilização do título do livro, o que ficou bem estranho no português como “A volta do Parafuso” que é uma tradução literal do título em inglês "The Turn of the Screw" (bem melhor aliás), que se refere a uma antiga prática de tortura que se consistia em prender o polegar da pessoa em um aparelho e em cada volta do parafuso a dor é intensificada.
O livro é de terror, indiscutivelmente, o difícil é reconhecer qual é seu estilo essencialmente, se é sobrenatural – de fantasmas – ou psicológico. Você não sabe ao certo se a governanta realmente vê o que ela diz que vê ou se simplesmente está enlouquecendo. Isso tudo, claro extremamente bem articulado por Henry James, até o fim do livro fica-se imaginando o que realmente está acontecendo. Nós somos levados a imaginar onde há maldade, possessão, loucura, espíritos, sexualidade reprimida (sim, somo levados a imaginar se a governanta está ou não envolvida com o seu protegido), se a culpa era da jovem ou dos fantasmas, enfim, durante toda a novela vivemos entre os “se’s”, ficamos em dúvida sobre o que está acontecendo, que ao meu ver é o que bem acontece com histórias que ouvimos sobre espíritos e isso é ótimo.
Vai caber então ao leitor escolher, ou não (há a possibilidade da dúvida), entre os estremos do psicológico e da realidade.
As vezes a edição, pelo menos a que eu li, da L&PM POCKET, ficou meio confusa em alguns pontos, mas não houve tantas perdas na dinâmica do livro. Alguns poderiam dizer que algumas partes como essa é um pouco arrastada, porém, a confusão e a repetição de pensamentos levam-nos a ver mais como a governanta pensa e ficar ainda mais em dúvida de sua lucidez. Aliás, não há nada que a Mrs. Grose – criada da casa –, que as crianças, ou que a jovem fale que não se nota ambiguidade que não somos levados a pensar em várias mensagens subentendidas.
Não posso dizer que o fim me desagradou, na verdade eu estava bem ansiosa para ver como tudo iria acabar e posso dizer que foi um fim tão aberto quanto os meus pensamentos estavam na obra, porém, conseguir encaixá-lo em minha concepção do que aconteceu.
Eu recomendo muito esse livro, 4 estrelas pra ele.

P.s: O filme “Os inocentes”, 1961, é baseado no livro e é bem fiel ao filme, e, claro, diretor, roteiristas escolheram uma versão da história. Que atuação ótima fez a Deborah Kerr, como a governanta que recebeu o nome de Mrs. Giddens. Ela merece 5 estrelas. Recomendo muito que assistam ao filme após a leitura, não antes, porque é fiel demais e seria trágico que já soubessem o que iria acontecer.



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